"Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura..."

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

MARROCOS - Desertos de Paz


Terra de poeira e pó, onde nos encontramos em cada pedra.


Que bom era soltar o peso de uma alma.
Viver os momentos que não são pensados,
Mastigados e digeridos – momentos de nada.
As horas que rodam sem passar o tempo,
Esvaziando o corpo de tudo o que não é sentir.

Toda a escrita é momentos de tudo,
Mastigados e cuspidos em borras de tinta.
Escrevo o que quero esvaziar da alma.

Senta-te nos meus ensaios,
Meus portos de abrigo seguros dolentes e preguiçosos.
Tirem-me o sal das ideias
E deixem-me nadar no que resta de mim,
Um mar de sonhos da terra
–Sonhos de pó e areia.

Sobre eles escrevo porque não os quero.
Os sonhos tapam a vista e turvam a alma.
E a alma turva é presa e não me solta
E escrevo, então, a alma, fora de mim.

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