
Terra de poeira e pó, onde nos encontramos em cada pedra.
Que bom era soltar o peso de uma alma.

Viver os momentos que não são pensados,
Mastigados e digeridos – momentos de nada.
As horas que rodam sem passar o tempo,
Esvaziando o corpo de tudo o que não é sentir.
Toda a escrita é momentos de tudo,
Mastigados e cuspidos em borras de tinta.
Escrevo o que quero esvaziar da alma.
Senta-te nos meus ensaios,
Meus portos de abrigo seguros dolentes e preguiçosos.
Tirem-me o sal das ideias
E deixem-me nadar no que resta de mim,
Um mar de sonhos da terra
–Sonhos de pó e areia.
Sobre eles escrevo porque não os quero.
Os sonhos tapam a vista e turvam a alma.
E a alma turva é presa e não me solta
E escrevo, então, a alma, fora de mim.
